89 anos de Mikey Mouse
- blogconecte
- 26 de set. de 2017
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Das tiras de jornais aos gibis, os personagens de Walt Disney se tornaram nas HQs o que seu criador esperava deles nos desenhos animados.

Tudo começou com um rato…
Essa frase, repetida como clichê para se referir ao início da carreira de Walt Disney – o que não traduz a verdade histórica, levando-se em conta que o cineasta e produtor realizou dezenas de trabalhos comerciais antes de criar o camundongo mais famoso do mundo do entretenimento e que o Coelho Osvaldo tenha precedido o outro roedor -, também pontua a gênese de uma trajetória vitoriosa e longeva de seus personagens nos quadrinhos, uma seara que nunca foi o foco do artista e muito menos mereceu sua atenção.
Há 85 anos, mais precisamente no dia 13 de janeiro de 1930, Mickey Mouse saía da tela grande para estrear nas tiras de jornais. A King Features, que desde o ano anterior assediava Disney com a proposta de transformar o rato em uma série no ainda incipiente mercado de quadrinhos, passou a publicar em diversos jornais dos Estados Unidos a aventura Lost on a Desert Island (Mickey na Ilha Misteriosa, no Brasil), cujo sucesso fez com que o personagem, em poucos meses, veiculasse diariamente em 40 periódicos de 22 países.
Walt Disney colaborou nos roteiros das primeiras sequências de tiras, desenhadas por Ub Iwerks – cocriador do camundongo – e arte-finalizadas por Win Smith. Cerca de dois meses depois, com o pedido de desligamento dos dois desenhistas e a disponibilidade de tempo cada vez menor de Disney, o in-betweenner (intercalador de cenas) do estúdio de animação, Floyd Gottfredson, assumiu a criação integral da série.
Em toda sua vida, os interesses profissionais – que jamais deixaram de ser, também, pessoais – de Disney navegaram por diversas áreas, dos desenhos animados à criação da Disneylândia, passando pela miniaturização de cidades e fabricação de trens em escala reduzida, além de outros hobbies que se confundiam com trabalho.
Os quadrinhos, no entanto, jamais exerceram o menor fascínio no artista. O que o levou a firmar contrato com a King Features foi nada mais que o interesse em tornar a marca Mickey Mouseainda mais famosa e lucrativa.
Na época, os primeiros produtos comercializados com a imagem e o nome do personagem começavam a surgir e, juntamente com o Clube do Mickey (uma grande ideia de marketingsugerida e organizada pelo gerente do cinema Fox Dome, em Ocean Park, Califórnia), fizeram daquele rato um fenômeno popular e cultural – e até mesmo social – sem precedentes nos Estados Unidos. Um ícone que, com uma força não menos avassaladora, ganhou popularidade em diversos outros países.
“Achei positivo que uma façanha publicitária como essa, combinada com uma tira em quadrinhos (…), possa nos ajudar a transformar essa série em uma das maiores coisas que já apareceram”, escreveu Disney em uma carta particular citada pelo escritor Neal Gabler no livro Walt Disney: O Triunfo da imaginação americana.
Os primeiros gibis
A primeira revista em quadrinhos Disney, no formato e estilo editorial que definem esse gênero de publicação, foi lançada em janeiro de 1931, nos Estados Unidos, pela editora David McKay.
Mickey Mouse Series era um gibi que reunia, em 62 páginas em preto e branco, as tiras originalmente publicadas nos jornais. Tinha periodicidade anual e durou quatro edições.
Alguns historiadores apontam o álbum Mickey Mouse Story Book, lançado pela mesma editora no dia 15 de novembro de 1929, como o primeiro título em quadrinhos Disney. A confusão é compreensível: apesar de ser um livro de prosa ilustrada, com adaptações das aventuras dos desenhos animados, a publicação apresentava algumas páginas com painéis sequenciais semelhantes a tiras.
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